Esse blog é blog de morte. Mato cada fato pra que só sobre o que me motiva. A entrelinha. O "it", pra falar de Clarice.
Mas hoje eu não mato nada. Estou sem coragem. Na verdade hoje eu dou vida. Dou vida a solidão compartilhada. Estava só, completamente só. Minha existência toda compactada num pacote escondido. A minha volta, 29.999 pessoas aglomeradas. Todas iguais a mim. Com seus pacotinhos exitenciais guardados. O que valia ali não era a existência única, mas o coletivo que dividia aquele momento. Cantavamos unidos, desafinados, desajeitados; verdadeiros.
"I´ll laugh untill my head comes off!!" era o sentimento ao fim do show. Uma alegria tão foda que droga nenhuma poderia ativar. Só entende que já desprendeu sua existência por alguns momentos. Todo invólucro ausente. Apenas o imaterial que te define ali exposto. Recebendo interferências que reverberam e tocam células virgens. Arrepio, choro, explosão.
Tudo ao mesmo tempo.
- "For a minute there, I lost myself, I lost myself" era a estratégia e o hino.
A vida que confronta a própria vida. Nesses momentos de ruptura algo se desprende e caminha em direção ao infinito. Mas tal desprendimento não vem da ausência. Muito pelo contrário. Vem pelo contato. Pelo "it" que opera na alma.Um fissura que rompe com o conhecido.
Um fato novo? Não, um ato novo!
Uma nova ação. Ação de morte. Morre-se. Pra sempre.
E sempre, pruma vida nova.
karma police _
idioteque_
(o som tá meio zuado, mas vale a pena)
fake plastic trees