
Pegaram-me. Fui pego e aprisionado num constante pensar e pesar pela vida que acontecia lá fora. Parei. Parei com a própria vida. Consumido, esvaido, desgastado. Alimentei todo o pensamento pra que ele ganhasse força e virasse matéria. A matéria esvaida em suor, em sangue, em dedo e papel.
A anti-arte de produzir conceitos em realidades...minha pequena realidade sonhadora, apaixonada e mutante.
sinto falta de mim mesmo, dos outros, da vida.
desejo o desejo do outro. desejo o toque dos dedos, dos labios, da alma. desejo a cumplicidade instigante de você que ainda não conheci...quero você que entende meus processos, meus isolamentos, meus pensamentos. quero você que me estica o braço e me abraça e me diz solenemente o silêncio.
seu silêncio me abriga. e abrigado, retomo a mim mesmo. quero a mim. quero o eu. quero descobrir-me em teu corpo. beber-me em sua boca. quero o consumo narcisita do desejo compartilhado. dá-me a mim mesmo. agora, nesse pleonasmo do amor sofrido, amado.
amo-te por me amar. amo-me e pronto.