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domingo, 2 de agosto de 2009

Recado à minha inocência

Inocência querida, não sei bem ao certo como te pedir que voltes. Entendo que em seu processo de existência a fuga, um dia, se faz necessária. E quando vais, vais e pronto. Nunca mais voltas e, se voltas, não és mais a mesma.
Entendo seu processo linear. Começo e fim, sempre. Quero identificar sua morte em mim – porque já conheço seu começo – e tornar-me meio. Agarrar suas pontas e tornar-me ponte. Fazer de tua linha um círculo, ou, ao menos, um triângulo. Pra que o seu fim assegure sempre um começo. Um começo de uma nova existência ingênua.
Ingenuidade, querida. Viver sem ti é de uma desesperança amarga. Viver é de uma dor constante. Dói num vazio profundo, profano e esgarçado.
Volta pra mim, volta. Volta porque eu sei que sua existência alimenta o sonho e o sonho não mina a dor em si, mas dá, à dor, sentido.

domingo, 26 de julho de 2009

questionário de ausências







Sigo seco, apodrecido.Penso que esqueci, pouco a pouco, minha inocência. Nada é mais nefasto que indiferença. O neutro mórbido dos moribundos. Dou de ombros ao amor. Pobre alma a minha que desaprendeu a amar. Busco a inocência perdida, o toque sincero e a flor que um dia eu plantei nalgum lugar. Lugar que minha memória insiste em esconder de mim.

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Minha existência esmaecida emudece em sua ausência.

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Se teu olhar cruzar o meu, serei eu capaz de te reconhecer?


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Should I save myself for later?

domingo, 21 de junho de 2009

hollow men




em meio ao toque tenro e quente dos seus lábios
afogo-me em pensamentos de incerteza
desbravo-te lentamente, percorrendo teu suor, teus sorrisos, teus doces gemidos que ecoam brandamente em meus pensamentos.
no calor de suas pernas aqueço aquilo que em mim havia esquecido.
mas seus doces ruídos não drenam minhas veias. seus burburinhos percorrem meus pelos e apelos e evaporam no calor do nosso enlace.
quisera-eu tê-la dentro de mim. você que me trata tão bem, que me quer tão bem.
não sei se te engano ou escondo de mim uma verdade que me assusta.
por agora, vivo na mentira prazerosa de te ter sem ser seu.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

transmition



Pegaram-me. Fui pego e aprisionado num constante pensar e pesar pela vida que acontecia lá fora. Parei. Parei com a própria vida. Consumido, esvaido, desgastado. Alimentei todo o pensamento pra que ele ganhasse força e virasse matéria. A matéria esvaida em suor, em sangue, em dedo e papel.
A anti-arte de produzir conceitos em realidades...minha pequena realidade sonhadora, apaixonada e mutante.
sinto falta de mim mesmo, dos outros, da vida.
desejo o desejo do outro. desejo o toque dos dedos, dos labios, da alma. desejo a cumplicidade instigante de você que ainda não conheci...quero você que entende meus processos, meus isolamentos, meus pensamentos. quero você que me estica o braço e me abraça e me diz solenemente o silêncio.
seu silêncio me abriga. e abrigado, retomo a mim mesmo. quero a mim. quero o eu. quero descobrir-me em teu corpo. beber-me em sua boca. quero o consumo narcisita do desejo compartilhado. dá-me a mim mesmo. agora, nesse pleonasmo do amor sofrido, amado.
amo-te por me amar. amo-me e pronto.

quarta-feira, 25 de março de 2009

ativa.ação

Ando descolado dos meus instintos, dos meus sentidos. Minha primitividade está anestesiada pela sofisticada alienação do mundo. Eu não me sou mais - e corro o riso de entender que, na verdade, nunca me fui.
Opero o caminhar imerso em pensamentos desconexos. Enjaulado no pensamento de pensamento. Preciso pensar com o olhar. Sentir os pés que tocam a superfície árida da cidade. Respirar e respirar e respirar. Não pela banal sobrevivencia. Mas pela vivência.

Busco a vida plena. Inquieto desejo ativo.